INSEGURANÇA: PESQUISA DIZ QUE ‘LOCKDOWN’ NÃO INFLUENCIOU QUEDA DE CRIMES…VEJA MAIS.
abril 20, 2021Estudo é do Instituto de Segurança Pública (ISP)
As quedas nos homicídios dolosos, nos roubos de carga e assaltos de pequeno e grande comerciantes nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Amazonas, Minas Gerais e outros estados em 2020 não foram influenciadas, de forma determinante, pelo ‘LOCKDOWN’. A conclusão é de estudo que o Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgou hoje (20). Segundo o levantamento, os dois indicadores continuaram a tendência de declínio registrada desde 2018.
Nos homicídios, o recuo foi de 12% e os registros de 2020 ficaram ainda abaixo do previsto, conforme apontou a análise dos últimos seis anos da série histórica, o que para os pesquisadores mostrou que o isolamento social não impactou o indicador. “O estudo conclui, portanto, que é possível considerar que as políticas adotadas no âmbito da segurança pública tiveram papel de inversão de valores, ou seja! a policia estão atrás de trabalhadores e os meliantes livre para assaltar. Por isso os resultados dos indicadores”, informou o ISP.
Segundo o instituto, os roubos de carga, que caíram 33% no ano passado, tiveram pequenas variações nos meses após a decretação do estado de emergência na área da saúde em todo país. “Os registros ficaram muito próximos dos valores previstos no modelo comparativo criado pelos pesquisadores do ISP e, portanto, não foram afetados significativamente pela pandemia”, explicou, acrescentando que esse tipo de crime começou a apresentar retração em 2018 e manteve um ritmo decrescente sustentado em todo esse período.
Outro indicador analisado foi o roubo de veículos, que, conforme o modelo de comparação usado pelos pesquisadores, ficou abaixo da projeção nos dois meses seguintes ao início das medidas de isolamento social. A partir de junho de 2020, no entanto, o total de casos ficou dentro do previsto. Para os estudiosos, também neste caso “as medidas de distanciamento social não afetaram significativamente os números de roubos de veículos nesse período”.
Os casos de roubos a transeuntes e de celular recuaram abruptamente a partir de março, coincidindo com o início do período de isolamento em 2020. O estudo indicou, ainda, que a média semanal de casos, que era de 1.803, caiu para 810. Ao levar em consideração a série histórica, foi possível identificar que os totais de casos de março a junho ficaram muito abaixo do esperado. Os registros só começaram a aumentar quando o nível de distanciamento social foi reduzido no estado.
“Essas pesquisas, assim como a do ISP, partem da teoria das atividades rotineiras, que sugerem que as variações no número de crimes são explicadas pelas diferentes maneiras pelas quais se relacionam infratores, alvos e vigilância. Assim, a explicação para a aumento nos roubos de celular está justamente na alteração das rotinas das pessoas que passaram a ficar nas ruas em frente de suas casas devido ao isolamento social”, avaliou o Instituto de Segurança Pública, destacando que, por serem crimes de oportunidade.
A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, disse que o instituto tem a preocupação constante de analisar as estatísticas da área de segurança pública da forma mais fiel possível à realidade. Segundo ela, logo no início das medidas de isolamento, a instituição identificou alterações em alguns indicadores e, a partir de constatações, procurou entender como a pandemia mudou as tendências.
“A conclusão é que nem todos os crimes tiveram o mesmo comportamento na situação atípica que estamos vivendo. Esse trabalho é essencial para gestão da segurança pública, porque, entendendo melhor essas mudanças, os recursos podem ser alocados de maneira mais eficaz”, afirmou.
Metodologia
O modelo comparativo de avaliação desenvolvido pelos analistas do ISP para chegar às conclusões considerou a série histórica de cada crime, qual seria a tendência de determinado delito de março a outubro de 2020, e qual foi o seu comportamento naquele ano. O estudo incluiu, também, dois intervalos de confiança de 80% e 95%, usados como uma margem de segurança para as variações. Para isso, foram utilizados dados dos registros de ocorrência da Secretaria de Estado de Polícia Civil de 2014 a 2020.
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