CPI DA COVID: EX-CHANCELER, ERNESTO ARAÚJO, DIZ QUE OMS TEM PROBLEMAS “DE GESTÃO E TRANSPARÊNCIA” E FALA DO AMAZONAS, EM RELAÇÃO AO OXIGÊNIO…VEJA MAIS.

CPI DA COVID: EX-CHANCELER, ERNESTO ARAÚJO, DIZ QUE OMS TEM PROBLEMAS “DE GESTÃO E TRANSPARÊNCIA” E FALA DO AMAZONAS, EM RELAÇÃO AO OXIGÊNIO…VEJA MAIS.

maio 18, 2021 Off Por Jhonny Jhon

Ex-chanceler disse que outros países também defendem reforma na OMS

 

]Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, nesta terça-feira (18), o ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou que partiu dele a orientação para que o governo brasileiro tivesse sido o único a apoiar declarações do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na ocasião, uma resolução debatida por um dos comitês da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecia a importância do organismo no combate à emergência sanitária global do novo coronavírus. Em uma contraproposta, os Estados Unidos, que haviam rompido com a OMS, queriam retirar essa parte do documento.

“Partiu de mim a orientação de agir nesse sentido e em outros sentidos, não para contestar a importância da OMS, mas para que nada fosse interpretado como uma carta branca para a OMS, no momento em que já se haviam identificado várias idas e vindas daquela organização”, disse.

CoronaVac

À CPI, Araújo afirmou que, enquanto esteve à frente do Itamaraty, não se envolveu nas negociações para a compra da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. Segundo o diplomata, o imunizante está sendo importado pelo Butantan, do governo de São Paulo, por isso, avaliou, as tratativas deveriam ser feitas diretamente entre o Instituto e os fornecedores chineses. “Pelo menos durante a minha gestão foi assim”, afirmou.

Aconselhamento

Perguntado sobre a existência de algum tipo de “aconselhamento paralelo” ao presidente Jair Bolsonaro no âmbito da pandemia, por pessoas além de autoridades sanitárias do governo, Araújo disse desconhecer. Especificamente sobre “aconselhamento paralelo internacional, disse que não havia orientação “de alguém que não tivesse atribuição a fazê-lo”.

Oxigênio

Sobre o desabastecimento de oxigênio na rede de saúde do Amazonas, em janeiro deste ano, Ernesto Araújo disse que recebeu pedido do governador do estado, Wilson Lima, para viabilizar um avião para transporte de oxigênio. O plano, porém, não deu certo por falta de informações técnicas para o transporte. Araújo disse que procurou o Chile e os Estados Unidos, que teriam aviões com capacidade para transportar grandes quantidades de oxigênio.

Segundo o ex-chanceler, o avião norte-americano estaria pronto em 24 horas, mas, sem o envio das especificações do tipo de cilindro de oxigênio pelo governo amazonense, o transporte não foi possível. “Nós imediatamente contatamos, com toda urgência, o governo do estado do Amazonas para que nos desse as especificações, então, do oxigênio, que tipo de cilindro, [enfim] as especificações mínimas, das quais nós não dispúnhamos e de que os Estados Unidos precisavam para proceder a isso. Passaram-se dois, três dias, e não recebemos essas especificações. Acabou não se materializando”, explicou.

Sobre os cilindros doados pela Venezuela, Araújo disse que, “assim que chegou a notícia sobre a doação, a Agência Brasileira de Cooperação foi acionada para viabilizar o mais rápido possível a doação”. “Coloquei funcionários para monitorar, fizemos nosso papel sem nenhum impedimento de natureza política”, respondeu o ex-ministro.

Histórico

Ernesto Araújo é o sétimo nome a ser ouvido pela CPI – que apura omissões do governo federal no combate à pandemia da covid-19 e desvios de estados e municípios de recursos da União – na condição de testemunha. Amanhã (19) o colegiado ouvirá o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

 

SENADO FEDERAL

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