ELEIÇÕES 2022: A JANELA DA REELEIÇÃO…SAIBA MAIS.

ELEIÇÕES 2022: A JANELA DA REELEIÇÃO…SAIBA MAIS.

março 2, 2022 Off Por Jhonny Jhon

De amanhã até 1º de abril, parlamentares poderão trocar de partido sem serem punidos.

Como lembramos mais cedo, amanhã se abrirá a chamada janela partidária, um período que vai durar até 1º de abril e no qual deputados poderão trocar de legenda sem serem punidos.

Para os dirigentes partidários, interessa ter o maior número de deputados, pois é a partir daí que, com base na lei eleitoral, se define o montante do fundo partidário de cada sigla.

Já aos deputados em si interessa a reeleição, não importa por qual partido. O parlamentar que está em Brasília fará uma conta simples: em qual legenda terei mais chance de sair vitorioso de novo das urnas?

“No fundo, ninguém vai dizer isso, mas o deputado pensa, primeiro, no seu umbigo. Ele quer se reeleger. Depois, ele vai pensar em conjuntura política, em composições aqui e acolá, nessas coisas todas que sempre falam”, confidenciou a O Antagonista — pedindo reserva, claro — um ex-deputado que passou 18 anos na Câmara.

Não é por acaso que, como já noticiamos, presidentes de partidos estão sendo pressionados por deputados a liberarem suas bancadas na corrida presidencial deste ano. Com a polarização e a dificuldade de a Terceira Via se impor, poucos querem se atrelar a algum candidato, tentando garantir, assim, com a tal neutralidade, votos de todos os lados nos estados.

Esse raciocínio muda em localidades onde há uma prevalência muito marcante por determinado candidato. Por exemplo, o deputado Bacelar, do Podemos da Bahia, já disse publicamente não concordar com a pré-candidatura de Sergio Moro pelo seu partido, porque ele acredita que o seu estado votará, majoritariamente, em Lula.

“Cada partido, em cada localidade, vai estudar de que maneira poderá eleger o maior número de deputados. É a partir desses cálculos que os dirigentes vão oferecer vantagens para atrair deputados de outras siglas. E cada deputado, também em cada estado, com suas peculiaridades, não vai querer inventar moda: ninguém vai continuar em um partido, por exemplo, que vai por um caminho oposto ao que ele enxerga na sua base eleitoral”, continuou o experiente ex-parlamentar, em reservado.

Nessas negociações, pesam, em grande parte, as promessas feitas pelos partidos aos deputados sobre a disponibilidade de valores do fundão para as campanhas à reeleição. Sem o financiamento privado, os caciques ganharam ainda mais poder na escolha dos candidatos e, claro, quem tem mais grana — ao todo, serão R$ 4,9 bilhões de dinheiro público — para torrar em 45 dias de campanha, em tese, larga na frente.

Um líder de importante partido na Câmara disse a O Antagonista que, “no momento, está todo mundo conversando com tudo mundo”. Um presidente de uma outra sigla afirmou: “Não sei ainda como ficará a nossa bancada, saberemos mais adiante”.

Atualmente, a União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, tem a maior bancada da Casa (78 deputados), seguida de PT (53), PP (43) e PL (42).

O pequenino PCdoB, liderado por Renildo Calheiros, primo de Renan, tem hoje 8 deputados em exercício mais 1 licenciado, Márcio Jerry, que virou secretário do governo de Flávio Dino no Maranhão, mas que deverá voltar à Câmara nos próximos dias. Segundo Renildo, “estamos trabalhando para aumentar a bancada”. Ainda na esquerda, o PSOL reduzirá sua bancada de 9 para 8 integrantes, uma vez que David Miranda vai para o PDT. O partido de Ciro Gomes, aliás, deverá perder e ganhar deputados, ficando com os atuais 25 representantes ou algo em torno disso.

MDB, hoje com 34 deputados, espera ganhar mais 2. A União vai perder muita gente, principalmente em razão da migração de bolsonaristas do PSL para o PL, e vai acabar com cerca de 55 deputados, segundo a estimativa da cúpula do novo partido. O PSDB, hoje com 30 deputados, poderá assistir a uma debandada de até 7 deles, mas com chances de ganhar 2 — a federação com o Cidadania (com 8 deputados em exercício) ajudará a contrapor essas perdas.

O Antagonista

Portal Notícias do Poder