EXCLUSIVO: CPI INVESTIGA PROJETO DE ONG QUE TEM MARINA SILVA COMO CONSELHEIRA…ENTENDA MAIS.
agosto 24, 2023Ministra integra conselho do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que recebeu em dois anos mais de R$ 50 milhões, a maior parte de organizações e governos estrangeiros.
A ministra Marina Silva integra o conselho de uma ONG que recebeu, entre 2020 e 2021, mais de R$ 50 milhões em recursos internacionais e nacionais para atuar na Amazônia. Trata-se do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que tem iniciativas financiadas por governos e organizações estrangeiras, como Environment Defense Fund, Woodwell Climate Research Center, Norway’s International Climate and Forest Iniciative e Reino dos Países Baixos. As informações constam de um relatório produzido pela CPI das ONGs, que pode virar a nova trincheira da oposição após o esvaziamento da CPI do MST.
No documento, obtido pela Jovem Pan News, Marina é citada como integrante do conselho honorário do IPAM, enquanto Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, ocupa o conselho deliberativo. Segundo o levantamento da CPI, o IPAM recebeu só do Fundo Amazônia, bancado por Alemanha e Noruega, R$ 23,4 milhões. O recurso teria sido usado para regularização ambiental de 1,3 mil imóveis, com um custo médio de R$ 18 mil para cada inscrição no Cadastro Ambiental Rural — valor considerado alto para os integrantes da CPI.
A CPI também está colocando a lupa sobre o Instituto Socioambiental (ISA), que recebeu entre 2021 e 2022 mais de R$ 137 milhões, a maior parte de entidades e governos estrangeiros; a SOS Amazônia, apoiada com R$ 12,7 milhões, e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com R$ 32,8 milhões. No caso do Imazon, a CPI já vê indícios de “privatização de atividades públicas”, citando um acordo de cooperação firmado em 2015 pelo governo do Pará, por meio do qual a ONG daria treinamento a funcionários públicos estaduais e municipais para cadastros rurais e licenciamento ambiental.
Para o senador Plínio Valério (PSDB/AM), presidente da CPI das ONGs, é preciso “abrir essa caixa-preta e evidenciar que as ONGs que estamos investigando não têm nada de boazinhas; são todas más, na medida em que manipulam”. Segundo o parlamentar, a ação dessas organizações em geral limitam o desenvolvimento econômico e social de estados e municípios da Amazônia, sob uma alegada necessidade de preservação. “Somos manipulados de todas as formas e impedidos de progredir, de utilizar nossa própria riqueza.” Valério pretende convocar à CPI os representantes do IPAM e demais ONGs investigadas.
Em entrevista à Jovem Pan News, Valério disse haver ‘conflito de interesses’ na presença da ministra no conselho honorário do IPAM. Marina Silva foi procurada para se manifestar, mas não houve retorno. A assessoria do IPAM optou por não se posicionar neste momento. O espaço permanece aberto para todos.
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